domingo, 28 de março de 2010

A medida da dor

"Às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: 'Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas'.
"A dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor [...]."


(Paulo Mendes Campos)

sábado, 27 de março de 2010

Pedaços de Mim


Eu sou feito de Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Já Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo

Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

Meu Horóscopo

Este foi meu horóscopo de ontem (26 de março de 2010). Incrível como acredito nisto agora:

"Energia astrológica delicada, que retrata a tensão no planeta e nos indivíduos. Não é hora de resistir teimosamente às mudanças que se fazem necessárias, nem se apegar a velhas estruturas e situações. Não pense que tem controle sobre tudo. A vida ensina o desapego, nativo de Áries." (por Isabel Mueller, site bol)
Leio hoje e confirmo o fim da etapa de ontem. Agora escrevo no FutureMe. Daqui a um ano lerei o que vivo agora.

terça-feira, 9 de março de 2010

DEPOIS DE ALGUM TEMPO VOCÊ APRENDE



Que amar não significa apoiar-se.

Que companhia nem sempre significa segurança.

Que beijos não são contratos.

E presentes não são promessas.

Que realmente pode suportar as dores.

Que é realmente forte.

E o que realmente tem valor.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,

Em vez de esperar que alguém lhe traga flores.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mudanças



Mudar é inevitável. E nessa idade em que me encontro acredito que a maioria das pessoas sentem grande mudança em si. Como sempre, sinto que em mim é especial.
Quando me encontro com pessoas que me conheciam há três anos estas se surpreendem. E eu fico feliz, porque há três anos eu era a "treva"! Eu era conhecida como a depressiva, introvertida, reclamona e não era nada atraente para pessoas que queriam algo bom na vida. Incrivelmente ainda atraí alguns amigos, que conservo até hoje, que são unânimes em falar de como eu era e da mudança que tive.
No último ano senti que foi mais especial. Costumo pensar na última fase de minha mudaça a partir do estágio que entrei em agosto do ano passado. Ambiente organizacional para conviver, aproximação com outras pessoas, exigência quanto ao meu comportamento, dinheiro para que eu pudesse satisfazer meus desejos materiais... junto a tudo isso, minhas saídas mais frequentes, pessoas novas, experiências novas, convívios. Descobri um problema que tinha (síndrome do pânico) e comecei a tratá-lo. Hoje me sinto 90% curada! Nesse tempo comprei minha bicicleta (que sou apaixonada!) e iniciei meus passeios com um grupo. Mais recentementemente conheci a pessoa que me relaciono hoje e com ela sinto que estou me tornando uma pessoa melhor.
Sabe, paro pra pensar e penso: como estou sendo feliz! Tempos atrás não escreveria em primeira pessoa em um blog; não falaria sobre mim tão abertamente como as vezes faço com colegas mais próximos; não me aproximaria das pessoas com tanta facilidade; não entraria numa sala pequena e ficaria trancada sem pânico; não responderia à pergunta "onde você vai passar carnaval?" com a resposta "em casa", tão naturalmente e contente como fiz pra tantas pessoas. Por tudo isso sou grata à Natureza das coisas. Sei que de muito sou responsável, pois com pensamentos e ação a gente pode atrair muita coisa. Por outro lado o convívio com as pessoas, que em muito influencia. Algumas vezes a gente pode escolher com quem conviver e desta forma busco a quem eu possa fazer e me faz bem. O que eu tenho pra dizer pro mundo? Que estou sendo muito feliz!

domingo, 22 de novembro de 2009

O Tempo

A vida é o dever, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Mário Quintana)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Relatos


Um dia qualquer da semana passada

Estava eu e mais dois colegas de curso dentro de um ônibus lotado, rumo a faculdade, quando um deles disse: "Dia chato, hoje não morreu ninguém num acidente. Não tem notícia pro jornal".

Ontem, 17 de novembro de 2009

Chego no meu horário de estágio quando Renata, uma outra colega do horário da manhã, diz estar assustada porque ouviu alguns clientes dizendo que estavam indo ao enterro de alguém próximo ou que acabaram de saber que alguém morreu. Fabiana, outra colega do mesmo horário que eu, ouve coisa semelhante de outro cliente no telefone. Depois o fato se repete com Renata, que está a minha frente, só que dessa vez ela ouve a história de uma tragédia. A coincidência era tamanha que - assutadas - seguramos as mãos e rezamos um pai-nosso.

18 de novembro de 2009
Eu chego no estágio quando entra Feliphe, colega muito querido, ouvindo Chiclete com Banana no celular e fazendo-nos levantar da cadeira e pular como fizemos no show passado. Depois, conversamos e planejamos sobre o próximo carnaval, incluindo a prévia.
Renata vai embora quando chega o seu horário.
Ficamos eu e Fabiana em mesas vizinhas, fazendo o nosso trabalho.
Mais tarde observo pela janela e comento com ela: "Acho que tem alguma 'bronca'. Olha o movimento". Poucos instantes depois entra alguém em espanto: "Sabe o Rafael, motoqueiro que entregava peças?" Ela não precisou terminar pra eu saber o que ela iria dizer. Neste momento já havia largado o teclado do computador, já suava frio e tremia. É, o mais grave que se podia imaginar. Rafael morreu num acidente de trânsito, em plena Avenida Fernandes Lima.
Com minha reação de choque paguei de sentimental-mor, frescurenta, sensível demais. E prefiro ser essa a ser aquela que se preocupou com os gastos que a empresa teria com seu enterro já que ele estava em horário de trabalho. Sou sim, sensível demais. Sinto náuseas quando fico nervosa. Tenho dor de cabeça. E pensem o que eles queiram, considero-me humana. Eu não fiquei preocupada em saber quem era o culpado do acidente nem em ler a matéria na gazetaweb.com. Eu não quero ver uma foto de um corpo sangrento em que ele não está mais. Eu não quero discutir a morte de ninguém. Não, eu não era a melhor amiga do Rafael. Mas eu gostava de vê-lo todos os dias, de parar e dar "Bom dia!", de perguntar a ele qualquer besteira só porque para mim ele era uma pessoa querida e agradável de se ver.
Vou bancar a sentimental enquanto achar que a vida vale muito e que demonstrar amor pelos outros é uma vontade humana. É minha.