segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Regurgitofagia




"Casa comigo... Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo. A mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada... A mais bem comida. E a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada. E a mais festas, viagens, jantares... Casa comigo que te faço a pessoa mais realizada profissionalmente. E a mais grávida e a mais mãe. E a pessoa as mais primeiras discussões. A pessoa as mais novas brigas e as discussões de sempre. Casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo. A pessoa mais solitária com filho para criar do mundo. A pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas. A mais reconstruiu sua vida. A mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente. Casa comigo que te faço a pessoa mais... Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo.

(Michel Melamed)

Roda Viva (Chico Buarque de Holanda)

Fernanda Porto & Chico Buaque - Roda Viva - mixado


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia, mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Viver e Pensar

retirado de malvados.com.br

domingo, 9 de novembro de 2008

Ventana sobre el cuerpo

La Iglesia dice: El cuerpo es una culpa.
La ciencia dice: El cuerpo es una máquina.
La publicidad dice: El cuerpo es un negocio.
El cuerpo dice: Yo soy una fiesta.


(Eduardo Galeano)

sábado, 1 de novembro de 2008

Caixinhas

Ninguém jamais ficou sabendo o que, exatamente, o Ramão fez para a mulher, mas um dia ela começou a colecionar caixinhas. Nunca fora de colecionar nada e, de repente, começou a juntar caixas, caixetas, potezinhos, estojos. Em pouco tempo, tinha uma coleção considerável. O próprio Ramão se interessou. Dizia:
- Mostre a sua coleção de caixas, Santinha.
E a Santinha mostrava para as visitas a sua coleção de caixas.
- Que beleza!
As caixas, caixinhas, caixetas, potes, potezinhos, estojos, baús cobriam algumas mesas e várias estantes. Era realmente uma beleza. Mas, estranhamente, a Santinha era a que menos se entusiasmava com a própria coleção. Os outros a admiravam, ela não dizia nada. Ou então fornecia alguma informação lacônica.
- Essa é chinesa.
Ou:
- É pedra-sabão.
Ninguém mais tinha problemas sobre o que dar para a Santinha no seu aniversário ou no Natal. Caixas. E as amigas competiam, cada uma querendo descobrir uma caixa mais exótica para a coleção de Santinha. Uma caixinha tão pequenininha que só cabia uma ervilha. Um baú laqueado que, supostamente, pertencera ao Conde D'Eu. Etc, etc. O Ramão também contribuía. Quando saía em uma de suas viagens, nunca deixava de trazer uma caixinha para a Santinha. Que a Santinha aceitava, sem dizer uma palavra, e acrescentava à sua coleção. E a coleção já cobria a casa inteira. Quando a polícia, alertada pelos vizinhos, entrou na casa, viu o sangue, viu a Santinha sentada numa cadeira, muda, folheando a Amiga, mas não viu o Ramão. Só o viu quando começou a abrir as caixinhas. Havia um pouco do Ramão em cada caixinha. Até na que só cabia uma ervilha tinha um ossinho. Um fêmur estava no baú do Conde. E a Jacira ficou escandalizada quando soube que a cabeça do Ramão foi encontrada numa caixa de chapéu antiga que ela tinha trazido para a Santinha de Paris. Veja só, de Paris! Ninguém desculpou a Santinha, mas o consenso geral era de que alguma o Ramão tinha feito.
Luis Fernando Verissimo

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Curta videoclipe

Gostava muito desse videoclipe e sempre me arrepiava quando assistia. Hoje recordei. Não sabia o nome mas foi fácil achar no youtube. Foi dirigido por Jamie Thraves que - segundo a wikipedia - também já produziu clipes de Coldplay e KT Tunstall.

"Just" de Radiohead


Aterciopelados

Engajados em movimentos culturais pela natureza, os colombianos do Aterciopelados lançam neste mês de setembro seu novo CD: “Río”. Como o título já sugere, um dos temas que este CD percorre é a água. Aliás, o grupo, formado nos anos 90 por Andrea Echeverri e Héctor Buitrago, desde o início de sua carreira tem participado de movimentos que visam o respeito pelos direitos humanos e pela natureza . Atualmente a banda participa de uma campanha em prol da recuperação do Rio Bogotá – um dos rios mais contaminados do planeta – e do reconhecimento da água como um bem público, que acontece na Colômbia. Uma das etapas da campanha é o CD “Água, cantos para que fluya”, CD no qual participa mais dezessete grupos colombianos e pode ser comprado através do site ecofondo.org.
A capa do CD “Río” é um grafiti “hecho sin aerosol, a mano con pintura de agua”, destaca a banda, representando uma anaconda ancestral – mãe da natureza que penetrou o mundo através da porta da água, diz o mito indígena – e entre os temas tratados em suas letras se destacam a humanidade, a espiritualidade e a mulher.
Esta aqui é uma das músicas que gosto, "Luz Azul", do álbum Gozo Poderozo, lançado em 2006:

aterciopelados - luz azul